quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sima de la Cuesta del Cuivo - Mortero de Astrana, Espanha.

O dia 2 de Agosto de 2008 foi mais um dia de emoções na região da Cantábria, mais concretamente na comarca do Alto Asón.
Actualmente existem aqui mais de 4000 grutas catalogadas de entre as mais de 9000 de toda a Cantábria.

A travessia, inserida num sistema cavernícola que possui actualmente um desenvolvimento total de 42.400m, é activa, e exigiu uso de fatos de neopreme por baixo dos fatos de espeleo.

Entramos através de um poço pequeno, cerca de 10m de profundidade, e pouco depois começava a nossa luta com a água. A certo momento, já se ia tão à vontade, ao passar-mos um cabo entre mãos este caiu numa marmita inundada e foi ao fundo, perdendo-se. Acontece que o sistema que usamos de recuperar o cabo a cada poço, não permite que estes incidentes aconteçam. O mesmo cabo é essencial para toda a travessia.
Houve um pouco de apreensão mas conseguiu-se, mergulhando, recupera-lo.

Seguiu-se uma grande sequência de meandros e poços com água e lama. Ao fim de quatro horas de acção chegamos a uma zona onde havia um meandro alto, estreito e de difícil progressão, que nos confundiu um pouco sobre a forma de como deveríamos penetra-lo. Um de nós foi à frente, distanciando-se um pouco, para poder guiar o restante grupo e numa zona muito apertada, desliza e fica entalado na fenda do meandro.

Felizmente que nos fazemos sempre acompanhar por um “kit de desempanagem”, um mini saco onde vem sempre o material básico para se poder fazer um pequeno resgate.
Ainda assim não foi muito fácil, o nosso companheiro estava mesmo muito entalado, num espaço tão reduzido que mal o conseguíamos agarrar e uma pessoa só não o conseguia mover nem um centímetro.





Conseguimos penetrar por cima dele, na estreiteza do meandro, fazer uma fixação e com mosquetões e uma roldana fazer uma desmultiplicação de forças que acabou por resultar em pleno.

Foi o momento de maior tensão talvez, mas depois disto fazer o resto da travessia e sair no Mortero de Astrana… são momentos que se guardam para sempre!

2 comentários:

  1. Pois é para a próxima levem mais uma corda, nem que seja do tipo L, esses incidentes podem acontecer e nem sempre é possível recuperar um cabo perdido.
    Parabéns por este novo espaço dedicado ao mundo subterrâneo.

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  2. Na verdade, a memória traiu um pouco o nosso ilustre blogger: Tínhamos corda para 'dar e vender'.
    Posso falar com conhecimento de causa porque fui eu que preparei o equipamento para esta travessia. Tínhamos, em kits separados, duas cordas do dobro do comprimento da maior vertical de toda a travessia, ou seja, podíamos perder uma delas. Mas a corda que caiu à água era uma mais pequena que dava muito jeito para as verticais mais curtas. Não nos fazia falta nenhuma, eu é que não queria perder uma corda! :)

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