terça-feira, 7 de julho de 2009

Travessia Torca de Tonio – Cueva Cañuela, Espanha.

Partindo da Aldeia de Socueva, no dia 4 de Agosto de 2007, tomamos o mesmo trilho que leva a entrada da mítica Sima del Cueto, para o Macizo de Peña Lavalle, na zona de Arredondo, Cantábria. Saímos da referida Aldeia pelas 12:30h o que se revelou um autêntico martírio, pelo menos para mim. O desnível que tivemos que vencer foi de cerca de 500m para alcançar a entrada da Torca de Tonio a 705m de altitude. A encosta tinha uma inclinação média de 30%, com o sol a bater de chapa, sufocante, e sem uma única sombra para fazer baixar um pouco o calor corporal, pensei mesmo em abandonar a subida.

Chegamos à entrada da Torca de Tonio encaixada numa formidável dolina, a deslocação de ar daí proveniente era admirável.


Trata-se de uma travessia de dificuldade técnica média – alta em que se desceu uma sequência de cerca de 15 poços até se atingir a profundidade de -280m, alcançando-se assim a rede da Cueva Cañuela.

A chegada ao colector da rede Cañuela é facilmente identificada. Segundo os nossos colegas espanhóis, Pep Pujal e Pepe Roig, esta é marcada pela grande sala Olivier Guillaume, a 4ª maior de Espanha, que tem um desnível de mais de 100m!
A partir daí o percurso desenrolou-se por galerias bem grandes onde destaco a galeria de las Sierras, uma conduta de extraordinária beleza pelas suas enormes estalactites que se assemelham a serras, encantadora.

Saímos pela entrada da Cueva Cañuela, a -400m de profundidade, por volta das 20:45h. Não pude ficar indiferente ao aspecto do perfil da sua boca de entrada, é por si só um monumento geológico, encantador!
Saida da Cueva Cañuela.






Passos na História

Torca Tonio

Em 1986, M. António Peral, habitante de Socueva, mostra a entrada ao grupo de espeleólogos franceses do S. C. du CAF que a exploram até aos -228m.

No ano Seguinte as grupos S. C. Paris, G. S. BM e o S. C. du CAF, conseguem passar a diáclase estreita de -100m, por uma via paralela à já conhecida do ano anterior, e a 14 de Agosto, alcançam a sala Guillaume realizando assim a ligação com a Cañuela.

Cueva Cañuela

A Cueva Cañuela é uma cavidade conhecida desde sempre, mas a sua exploração sistemática só aconteceu, pelo Spèlèo-Club de Dijon, em 1959 (Cañón Oeste) e 1967.

A travessia converteu-se numa grande clássica com 2 km de percurso e cerca de 400m de desnível.

A equipa: Pedro Pinto, Joanaz de Melo, Rui Francisco, Pep Pujal, Marília Moura, Tiago Borralho e Pepe Roig.

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