A descoberta.
No dia 2 de Setembro de 2007, quando nos aproximávamos da entrada da Gruta da Garganta para rectificarmos as montagens que tínhamos usado nas ultimas explorações, vimos um grupo de pessoas junto à entrada do fojo das pombas. Vinham enquadradas numa actividade temática de um outro grupo, e para não perturbarmos a sua actividade nem sermos perturbados resolvemos antecipar o início das prospecções na área.
Como estava previsto, a zona alvo dizia respeito à continuação do prolongamento dos estratos que fazem parte da orientação da gruta da garganta, na parede exterior.
Fizemos a abordagem pelo topo da arriba onde foi feita uma equipagem que nos permitiu descer uns 40m sobre a parede fortemente inclinada e com materiais que se desagregavam com alguma facilidade, a partir deste ponto conseguimos ir realizando alguns pêndulos e alcançar pequenos buracos que não deixamos ao acaso. A meio da parede, numa dessas acções, vi outro buraco um pouco maior que aqueles que tinha visto até ali, rapidamente o alcancei e observei que continuava serra dentro.
Já juntos os três, eu, o Pedro Pinto e a Marília Moura, entramos então nesse espaço desconhecido onde registamos duas salas não muito grandes mas bem concrecionadas. Analisamos todos os cantos possíveis de oferecer continuação na orientação da estratificação mas, embora se visse num deles espaço a continuar, este era muito estreito devido a um preenchimento argiloso.
Passou uma semana. Voltamos à arriba para rectificar a equipagem de acesso, fazer pontos de fraccionamento e montar convenientemente um corrimão. Esta tarefa levou praticamente a tarde toda e já próximo do fim do dia, quando todos já estavam na gruta, o Zé Saleiro foi espreitar o local onde a gruta parecia continuar mas estreitava devido ao referido preenchimento. Os materiais eram soltos, então ele foi penetrando afastando-os com as mãos para os cantos e eu fui seguindo logo atrás para que se fosse preciso resgata-lo o pudesse puxar pelos pés. Foi penetrando, penetrando até que a certa altura já não havia retorno, só andando para a frente e a determinado momento, vencendo uma estreiteza muito difícil, demos com a continuação da gruta.
Seguiram-se oito dias mágicos de exploração e de agradáveis surpresas que ainda hoje perdura.
Como estava previsto, a zona alvo dizia respeito à continuação do prolongamento dos estratos que fazem parte da orientação da gruta da garganta, na parede exterior.
Fizemos a abordagem pelo topo da arriba onde foi feita uma equipagem que nos permitiu descer uns 40m sobre a parede fortemente inclinada e com materiais que se desagregavam com alguma facilidade, a partir deste ponto conseguimos ir realizando alguns pêndulos e alcançar pequenos buracos que não deixamos ao acaso. A meio da parede, numa dessas acções, vi outro buraco um pouco maior que aqueles que tinha visto até ali, rapidamente o alcancei e observei que continuava serra dentro.
Já juntos os três, eu, o Pedro Pinto e a Marília Moura, entramos então nesse espaço desconhecido onde registamos duas salas não muito grandes mas bem concrecionadas. Analisamos todos os cantos possíveis de oferecer continuação na orientação da estratificação mas, embora se visse num deles espaço a continuar, este era muito estreito devido a um preenchimento argiloso.
Passou uma semana. Voltamos à arriba para rectificar a equipagem de acesso, fazer pontos de fraccionamento e montar convenientemente um corrimão. Esta tarefa levou praticamente a tarde toda e já próximo do fim do dia, quando todos já estavam na gruta, o Zé Saleiro foi espreitar o local onde a gruta parecia continuar mas estreitava devido ao referido preenchimento. Os materiais eram soltos, então ele foi penetrando afastando-os com as mãos para os cantos e eu fui seguindo logo atrás para que se fosse preciso resgata-lo o pudesse puxar pelos pés. Foi penetrando, penetrando até que a certa altura já não havia retorno, só andando para a frente e a determinado momento, vencendo uma estreiteza muito difícil, demos com a continuação da gruta.
Seguiram-se oito dias mágicos de exploração e de agradáveis surpresas que ainda hoje perdura.
No principio da exploração, quando ainda estávamos a fazer a equipagem para descer a arriba, um elemento do grupo que ia visitar a entrada da gruta da garganta veio até nós e perguntou qual o objectivo daquilo que estávamos a fazer. O Pedro Pinto disse que íamos fazer uma prospecção na arriba e que (rindo-se) se nos demorássemos muito tempo era bom sinal, era sinal que tínhamos descoberto algo. Como nunca mais o vimos, acho que se cansou de esperar!
Primeira fase de exploração, passo a passo.
• 2 de Setembro de 2007 é identificada uma pequena entrada na arriba Norte do extremo Oeste do Cabo Espichel. Após uma descida com auxílio a técnicas de progressão vertical, foi descoberta uma lapa com duas salas.
• Depois da rectificação da equipagem de acesso à cavidade, dois elementos da equipa conseguem detectar uma estreita abertura no lado Este da segunda sala. Conseguindo lentamente progredir acabam por descobrir a continuação da gruta.
• Ao 3º dia a equipa concentra-se no local onde havia terminado a exploração na actividade anterior (zona mais a Este da gruta) e descobre uma pequena passagem estreita que os conduz, após alguma progressão semi-vertical, ao tecto de uma sala. Tomando as providências necessárias, acede a esta e descobre outras salas, uma rampa com forte inclinação que a leva a um sifão e sobre este um “minúsculo” buraco de onde se detectou circulação de ar.
• Ao 4º dia a equipa prepara-se para começar a desobstruir a estreiteza sobre o sifão. Dada a proximidade deste com o mar, é influenciado pela maré. Na ocasião, a descida da maré revela outra estreiteza que não tinha sido detectada na actividade anterior. Após uma tentativa bem sucedida para passá-la é revelado um novo sifão e uma rampa ascendente, seguido de um conjunto de salas e vários espaços indicando continuação.
. A equipa divide-se em dois para atacar duas zonas de exploração. Consegue-se uma segunda ligação à zona do primeiro sifão. Na frente de exploração mais avançada dois elementos conseguem progredir, por condutas fortemente inclinadas, mais de 50 m na vertical até se deterem numa estreiteza. Um dos elementos consegue passar e descobre uma das mais maravilhosas salas até aqui descobertas. Dá-se início aos trabalhos de topografia.
• Ao 8º dia desobstruiu-se a passagem para as últimas salas descobertas onde foram identificadas novas possíveis continuações.
http://www.lpn-espeleo.org/index.php?option=com_content&task=view&id=52&Itemid=49
• Ao 8º dia desobstruiu-se a passagem para as últimas salas descobertas onde foram identificadas novas possíveis continuações.