Foi-nos explicado que havia uma parte para o publico em geral, junto à ressurgência, e que os espeleólogos poderiam fazer a travessia subterrânea integral desde que previamente identificados.
Não perdemos a oportunidade e no dia seguinte devidamente equipados partimos para realizar a travessia. Entramos pelo sumidouro da felicidade, uma enorme entrada onde se podia ver restos de trocos de árvores presos a mais de cinco metros de altura devido às enchentes de Inverno.
Usando apenas um cabo que ia sendo recuperado à medida que progredíamos, encontramos uma rede activa com alguns pontos difíceis de transpor mas com menor ou maior dificuldade fomos avançando até que três horas depois, perto da saída, senti um flash de uma máquina fotográfica por cima de mim.
Tínhamos chegado à parte turística sem darmos por isso e para mim nunca tal me tinha acontecido. Estava habituado ao solitário mundo subterrâneo, sem intrusão de pessoas nas nossas acções e agora parecíamos uns “macaquinhos” no jardim zoológico a ser observados…não deixou de ter a sua piada!
…um pouco de história.
Poucos lugares no mundo estão tão intimamente ligados à história da espeleologia como está Bramabiau.
Aqui em 1888, Edouard-Alfred MARTEL realiza a primeira travessia subterrânea, transformando para sempre este local numa espécie de “santuário”.
A rede possui actualmente mais de 10km de desenvolvimento e é visitada por espeleólogos do mundo inteiro.Edouard-Alfred MARTEL foi o maior espeleólogo de sempre. A sua obra, extensa e fundamental, teve uma repercussão internacional tão douradora que, cinquenta anos após o seu desaparecimento, continua a ser referência essencial para milhares de exploradores ou simples visitantes das cavernas do planeta.