A preparação é de facto fundamental, facilmente se gasta mais de 25 horas desde a marcha de aproximação até à realização efectiva da travessia e os números deste sistema cavernícola são impressionantes: são 815m de profundidade máxima, 32.529m de desenvolvimento, um poço directo de 302m, uma sala com 11.000m2 e um rio subterrâneo com mais de 30km.
Na manhã do dia 3 de Junho, enchendo o peito de coragem, saímos cedinho do nosso albergue e pelas 6:30h chegamos à localidade de San Juan de Socueva onde deixamos o carro.
Com o sol a nascer, iniciamos a marcha de aproximação montanha acima. Foram necessárias cerca 3,5h para vencer o desnível até aos 980m onde se situa a boca de entrada da gruta, aí equipamo-nos e esperamos um pouco que a transpiração da subida secasse para depois iniciar a travessia.
Foi com assombro que me pendurei sobre o grande poço de 300m directos. Esperava-nos, depois de chegar à base de 581m que somam a totalidade da vertical, um percurso de 6,7km com as mais variadas exigências técnicas e físicas. Só aqui, no poço directo, gastaríamos 3 horas para desce-lo e ainda o percurso não era nada. Doía-me o pulso de passar tanto tempo a pressionar o descensor.
Depois dos fabulosos poços chegamos à majestosa Sala das Onze Horas onde me impressionou, entre outras coisas, o facto de haver blocos rochosos quase do tamanho de autocarros; foram praticamente escalados.
Éramos quatro, bem fisicamente, e isso foi o nosso melhor trunfo para seguir em frente. Atravessamos a chamada rede intermédia com galerias maravilhosas e forradas com formações de gesso.
Passos na História
1954 e 1966
Entre os anos de 1954 e 1956 os grupos franceses do Spéléo-Club de Dijon e Spéléo-Club de Paris, exploram os principais meandros da Coventosa.
1968
Os mesmos grupos, através de uma indicação dada por pastores, chegam à entrada da Sima del Cueto e pouco depois alcançam a base do poço, a 300m de profundidade.
1979
A partir do ano de 1968 as explorações prosseguem para unir as duas redes, sendo esse objectivo atingido em 1979 com a participação do Spéléo Grenoblois du Caf.
Ainda em 1979, o Spéléo-Club de Dijon mergulha no sifão e une-o com a rede de entrada da Coventosa.
O vídeo integral pode ser descarregado, nas versões Windows Media, DVD e Blu-Ray, na secção de vídeos do site http://www.lpn-espeleo.org/
Que maravilha! Quem me dera estar em forma para vos acompanhar numa aventura desta grandiosidade…
ResponderEliminarf,
Será que vou conseguir um dia fazer essa travessia?
ResponderEliminarPRobalo
Então companheiro, aqui o principal a planea-la e ser uma verdadeira equipa que funcione como um uno. A ti, experiência não te falta!! não sejas modesto.
ResponderEliminarAb
começo a ter dúvidas se vou faze-la...
ResponderEliminartenho que me preparar até Junho...
...mmm... mmmentalizar-me
abraços
Aventura maior que desafiar dunas e areias é, sem dúvida, «profanar» o ventre da terra. Parabéns pela vossa valentia.
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