Património Espeleológico da Arrábida Oriental
Lapa Verde
Lapa Verde
As primeiras referências escritas à Lapa Verde aparecem-nos publicadas em 1957 por Rogério Claro, "Setúbal Após o Terramoto de 1755", que transcreve literalmente as informações fornecidas pelos párocos das igrejas de Setúbal, em 1758, relatando o estado das suas freguesias após o terramoto de 1755. Nelas se pode ler: «...entre a dita lapa (Lapa de Santa Margarida) caminhando para a parte da fortaleza tem algumas concavidades junto ao caminho muito perigosas donde ha noticia morreo hum religioso Arrabido, a que chamam Alcantis, que são como posos estreitos e se comunicam ao mar».
Há que referir que todas as gerações humanas que viveram nesta envolvente, seguramente, se deram conta da existência destes "Alcantis" que, sendo verticais e perigosos de aceder por terra, também se podiam aceder facilmente junto ao mar. É possível que parte do complexo cavernícola tenha sido utilizada pelo homem pré-histórico, sendo que a ação química e mecânica do mar que hoje a penetra poderá ter apagado para sempre os registos dessa memória. Há cerca de 30000 anos, com o avanço da glaciação Würm, o mar situar-se-ia a cerca de 60 metros abaixo do nível atual dando origem a uma planície litoral onde o homem de então circulava (PAIS, J.; LAGOINHA, P., 2000). O conjunto subterrâneo da Lapa Verde dispunha-se de excelentes abrigos à qual esses mesmos homens, por certo, não foram indiferentes. Em tempos atuais, a gruta é acedida por visitantes ocasionais e por espeleólogos que veem nela um conjunto cavernícola de génese única em todo o território arrabidense.
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