Património Subterrâneo da Arrábida Oriental XVI
Lapa do Médico II
Planta e Cortes
A Lapa situa-se a cerca de 200m de
altitude desenvolvendo-se sob rochas sedimentares do Jurássico - J²p, com
aproximadamente 150 Ma (Manuppella et al,
1999). Ocupa uma área estimada de 10m² e tem um desnível de -10,00m. O seu
desenvolvimento principal estimado, em projeção horizontal, é de 6m segundo a
orientação SW-NE.
A sua génese parece ter sido condicionada
pela tectónica e pela fracturação a ela associada. De perfil semivertical,
abre-se ao longo do bordo de uma escarpa de falha (Manuppella et al, 1999), parecendo a sua evolução
em profundidade (endocarso) estar intimamente relacionada com as águas
pluviais, coberto vegetal e manta morta, que fez aumentar o CO², determinante para
a dissolução da rocha calcária e, consequentemente para o alargamento das
fraturas aí presentes.
Não menos importante é o facto de a gruta se
situar a uma cota inferior a 220m, aspeto que pode indicar que esta tenha
sofrido com as variações dos níveis marinhos ocorridos, provavelmente, durante
o pliocénico, aquando da formação da zona aplanada do Cabo Espichel, cuja
aplanação parece corresponder a uma superfície de abrasão marinha (Ribeiro et
al., 1987). Poderá, por isso, o mar ter contribuído para o alargamento da
cavidade, uma vez que, durante a sua regressão lenta para os níveis atuais, a
água doce carregada de CO² se teria depositado sobre a água salgada - devido às
densidades - dissolvendo a rocha exposta e alargando as fraturas.
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