Não Tardará....
Gruta da Utopia
Para ser espeleólogo é preciso ter uma
certa personalidade, o que muitas vezes torna difíceis as relações entre indivíduos
ou grupos de indivíduos, que, no entanto, são animados de um mesmo ideal, de um
mesmo desejo. Os grupos espeleológicos são muitas vezes competidores- quantas
bulhas por um buraco! Dão-se guerras entre «tribos», guerras esgotantes e ridículas,
que se saldam apenas em prejuízo da espeleologia.
A boa harmonia é indispensável. Não
falo de uma harmonia oficial, baseada em regulamentos, arbitragens de uma
federação qualquer, mas de um acordo cortês entre homens que prosseguem o mesmo
objectivo, amam e respeitam as mesmas coisas. Respeitando as grutas,
respeitam-se os colegas e salva-se a espeleologia.
Dos organismos privados, os poderes
públicos só esperam uma coisa: que a anarquia domine a espeleologia. Que a
pilhagem e a destruição das cavernas se agravem ainda mais.
Numerosas grutas foram já encerradas.
As reservas estão agora em moda. Cada qual apressa-se a encontrar um pretexto
para proibir a entrada na sua gruta: reserva biológica, gruta sob protecção
oficial, reserva cristalográfica, pré-histórica, climática (enfim, uma
infinidade de pretextos).
Não tardará que estas reservas
estejam fechadas aos espeleólogos porque a maioria das grutas nestas condições
são reservadas por pessoas que não têm nenhuma atracção pela espeleologia, nenhum
amor pela gruta, mas têm, em compensação, interesses pessoais a salvaguardar.
(Bouillon, Michel- Descoberta do Mundo Subterrâneo, Livros
do Brasil, Lisboa, 1972).
Espero sinceramente que isso não aconteça. São cada vez mais os "apaixonados" por esta forma de também fazer turismo, enquanto se aprende e conhece melhor o nosso passado mas também o nosso interior. São pessoas como tu amigo, que me atraíram para estas novas aventuras. Muitas mais haverá... Grande abraço!
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