O verão de 2006 foi especialmente gratificante pela descoberta pessoal da região dos Grands Causses.
Na zona de Causse Méjan existe a localidade de Hures onde se situa um algar com o mesmo nome. Este foi explorado pela primeira vez por E. A. Martel no ano de 1889 e desde aí sucessivas explorações o foram revelando cada vez mais fundo, sintetizando os passos normais de uma exploração continuada que aos poucos foi expondo esta espectacular escultura do mundo subterrâneo.
Na zona de Causse Méjan existe a localidade de Hures onde se situa um algar com o mesmo nome. Este foi explorado pela primeira vez por E. A. Martel no ano de 1889 e desde aí sucessivas explorações o foram revelando cada vez mais fundo, sintetizando os passos normais de uma exploração continuada que aos poucos foi expondo esta espectacular escultura do mundo subterrâneo.
Quando chegamos à referida aldeia de Hures, com pouco mais de uma vintena de casas, não havia ninguém nas ruas e pouco depois surgiu um casal de idosos belgas cheios de curiosidade sobre o que é que estávamos a fazer. Já tinham percorrido Portugal de norte a sul e falaram-nos de um País muito interessante e bonito que nos deixou contentes, claro!
Seguiram-nos até à entrada da gruta e lá ficaram quando deixamos a superfície.
Seguiram-nos até à entrada da gruta e lá ficaram quando deixamos a superfície.
A entrada fez-se por uma conduta forçada até ao primeiro poço de 33m, depois várias sucessões verticais até chegarmos a um meandro, que para mim foi o mais espectacular que fiz até hoje, e por fim o poço do eco. Abismal, tem mais de 87m directos e é todo concrecionado. Ao descermos a nossa luz não alcança nem a sua base nem grande parte das paredes, apenas se desce, desce…
Continuamos seguindo outro meandro com água até esgotarmos o equipamento de montagem, mais ou menos a -250m, e pouco depois começamos a subida de regresso. No geral, é uma caverna exigente, mas desde o momento de entrada até sairmos toda a equipa esteve sempre em grande actividade. As formas cársicas esculpidas no calcário são perfeitas e admiráveis quase a cada passo que dávamos, espero, sinceramente, poder voltar um dia.
Foi o primeiro espaço subterrâneo onde me deparei com uma placa a dar conta da morte de um espeleólogo numa gruta, por isto também, foi impossível ficar indiferente.
…passos na história.
1889; Martel desce à cota de -121m e detém-se perante um poço de 11m então inundado.
1892; Armand e Arnal encontram esse poço seco, descem-no e detêm-se perante um meandro.
1931; R. de Joly, S. Arnal e Guy de Lavaur conseguem com sucesso atravessar o meandro e detêm-se num entupimento a -187m.
1948; o Spéléo-Club dês Grands Causses encontra os detritos do entupimento muito diminuídos devido a inundações e chegam aos -192m.
1958; os espeleólogos de L`Alpina detêm-se numa conduta (em abóbora) inundada e interrumpida por areia e galhos a -193m.
1970; Y. Aucant e J. C. Frachon forçam a passagem em apneia mas não vão longe devido ao equipamento. Ainda nesse ano o C.A.F e o Spéleo Club dês Causses, de Millau, encontram o local muito seco e chegam a -260m junto a uma estreiteza.
1972; o S.C. de la M.J.C. Rodez passam esse obstáculo e continuam por um meandro, um poço e uma conduta forçada que acaba num sifão a -307m.
1974; o mesmo grupo descobre o acesso ao grande poço do “eco” que evita passar a conduta molhada. Em Setembro desse ano descobrem um laminador que dá acesso ao mesmo sifão terminal a -310m.
1973; R. Pelissier mergulha no sifão a -307 e chega à cota -326m.
1980; F. Poggia mergulha no mesmo sifão e desce a -345m.
1889; Martel desce à cota de -121m e detém-se perante um poço de 11m então inundado.
1892; Armand e Arnal encontram esse poço seco, descem-no e detêm-se perante um meandro.
1931; R. de Joly, S. Arnal e Guy de Lavaur conseguem com sucesso atravessar o meandro e detêm-se num entupimento a -187m.
1948; o Spéléo-Club dês Grands Causses encontra os detritos do entupimento muito diminuídos devido a inundações e chegam aos -192m.
1958; os espeleólogos de L`Alpina detêm-se numa conduta (em abóbora) inundada e interrumpida por areia e galhos a -193m.
1970; Y. Aucant e J. C. Frachon forçam a passagem em apneia mas não vão longe devido ao equipamento. Ainda nesse ano o C.A.F e o Spéleo Club dês Causses, de Millau, encontram o local muito seco e chegam a -260m junto a uma estreiteza.
1972; o S.C. de la M.J.C. Rodez passam esse obstáculo e continuam por um meandro, um poço e uma conduta forçada que acaba num sifão a -307m.
1974; o mesmo grupo descobre o acesso ao grande poço do “eco” que evita passar a conduta molhada. Em Setembro desse ano descobrem um laminador que dá acesso ao mesmo sifão terminal a -310m.
1973; R. Pelissier mergulha no sifão a -307 e chega à cota -326m.
1980; F. Poggia mergulha no mesmo sifão e desce a -345m.
Grandes momentos que aqui passámos, amigo! Tens razão, temos que voltar aos Grands Causses e a este Aven de Hures.
ResponderEliminarAbraço